Na verdade, o tratamento da toxicodependência não é fácil, mas é possível ao contrário do que muitos toxicodependentes possam deduzir no início do tratamento. O tratamento inicia-se com uma desintoxicação física, em geral com o apoio medicamentoso e tem uma duração aproximada de sete dias. Esta é uma fase de tratamento simples atendendo a que a dependência psicológica é mais importante do que a física.
A terapêutica medicamentosa consiste na administração de tranquilizantes, sedativos e antidepressivos, diminuindo assim a profunda angústia e corrigindo o lado depressivo que existe. Nos toxicodependentes, os antidepressivos quando administrados isoladamente falham, tendo que se fazer uma associação com neurolépticos sedativos. Nesta etapa do tratamento por vezes fazem-se correcções vitamino-proteico e são administradas pequenas doses de insulina. Durante este tratamento medicamentoso devemos estar conscientes para não incorrer no erro da potenciação neuroléptico-opiáceos ou neuroléptico-barbitúricos, que pode provocar coma e até morte.
Relativamente à terapêutica psicológica, pode levar a atitudes de rejeição a todas as intervenções de enfermagem, assim os toxicodependentes têm que ser "domados" e readaptados a todo o sistema social. O toxicodependente sente-se desconfiado e apresenta hostilidade face ao enfermeiro, uma vez que o tratamento é geralmente proposto pela família ou sociedade. O tratamento baseia-se numa relação psicoterapêutica estável e segura, sendo importante o enfermeiro não ter um papel de superproteção, no entanto deverá ser de firmeza. Os métodos utilizados podem ser de relaxamento, terapêutica de grupo e actividades comunitárias.
A última etapa do tratamento passa por uma reinserção social, sendo também uma parte difícil do processo. É necessário que o (ex)toxicodependente trabalhe, eventualmente constitua família, e se insira progressivamente em associações ou em actividades integradas no seu meio social.
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