quinta-feira, 31 de março de 2011

No âmbito de criarmos um mundo sem drogas, estão a seguir várias actividades que podem ser realizadas na promoção da saúde dos adolescentes


-Inquérito: Com base na promoção da Educação para a Saúde surgiu a ideia de elaborar um inquérito a adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos. O principal objectivo foi a realização de uma pesquisa metódica baseada em questões e recolha de testemunhos. Teve por base uma investigação sob a forma de sondagem da opinião de adolescentes sobre a temática das drogas. Assim, pretendíamos saber a percentagem de adolescentes que consomem drogas, o motivo pelo qual decidiram experimentar e quais as principais drogas que consomem.
           

-Elaboração de livro, folheto, póster, palestra: Serviu para dar a conhecer a toda a comunidade o perigo eminente das drogas. Este tipo de informação destinou-se a sensibilizar os adolescentes relativamente ao assunto das drogas. É fundamental que os jovens sejam informados sobre este problema dado o seu destaque na sociedade onde nos inserimos. A adolescência é conhecida como um período caracterizado pela curiosidade de novas experiências. É essencial que os jovens não entrem num labirinto sem encontrar uma saída.


-Criação de um Gabinete Anti-Droga na Escola: Relativamente ao observatório pretendíamos desenvolver desenvolver o acompanhamento e aconselhamento dos adolescentes. Neste local vão estar disponíveis os nossos folhetos, livros, e póster. 



-Colectânea de videos com depoimentos verídicosCom exemplos verídicos, poderá ser mais fácil chegar aos jovens e torna-los mais susceptíveis em relação aos malefícios da droga. É importante dar uma imagem real do que se passa no mundo da droga e as consequências que daí podem advir.


-Criação de um blog e um grupo numa Rede Social: Tendo em conta a importância que hoje existe no sentimento de pertença a um grupo e também que o acesso a redes sociais é cada vez mais fácil, torna-se importante a criação de um grupo numa rede social.


Tratamento

Na verdade, o tratamento da toxicodependência não é fácil, mas é possível ao contrário do que muitos toxicodependentes possam deduzir no início do tratamento. O tratamento inicia-se com uma desintoxicação física, em geral com o apoio medicamentoso e tem uma duração aproximada de sete dias. Esta é uma fase de tratamento simples atendendo a que a dependência psicológica é mais importante do que a física.
A terapêutica medicamentosa consiste na administração de tranquilizantes, sedativos e antidepressivos, diminuindo assim a profunda angústia e corrigindo o lado depressivo que existe. Nos toxicodependentes, os antidepressivos quando administrados isoladamente falham, tendo que se fazer uma associação com neurolépticos sedativos. Nesta etapa do tratamento por vezes fazem-se correcções vitamino-proteico e são administradas pequenas doses de insulina. Durante este tratamento medicamentoso devemos estar conscientes para não incorrer no erro da potenciação neuroléptico-opiáceos ou neuroléptico-barbitúricos, que pode provocar coma e até morte.
Relativamente à terapêutica psicológica, pode levar a atitudes de rejeição a todas as intervenções de enfermagem, assim os toxicodependentes têm que ser "domados" e readaptados a todo o sistema social. O toxicodependente sente-se desconfiado e apresenta hostilidade face ao enfermeiro, uma vez que o tratamento é geralmente proposto pela família ou sociedade. O tratamento baseia-se numa relação psicoterapêutica estável e segura, sendo importante o enfermeiro não ter um papel de superproteção, no entanto deverá ser de firmeza. Os métodos utilizados podem ser de relaxamento, terapêutica de grupo e actividades comunitárias.
A última etapa do tratamento passa por uma reinserção social, sendo também uma parte difícil do processo. É necessário que o (ex)toxicodependente trabalhe, eventualmente constitua família, e se insira progressivamente em associações ou em actividades integradas no seu meio social.

Prevenção

Segundo o psiquiatra Dr. Içami Tiba, se existe uma maneira de evitar o uso indevido de drogas, com certeza, esta passa pela família e por a escola, através da educação. Desse modo, o adolescente aprende, dentro de casa e depois na escola, a cuidar bem de si, a respeitar-se como é, sem ter de usar drogas para se valorizar ou se auto-afirmar perante os outros.
Assim, o seguimento de prevenção ao consumo de drogas deve ter em conta:
1. Abordagem precoce: a educação deve passar por crianças de 9, 10 ou 11 anos, ou seja, o mais cedo possível, dado que quanto mais cedo for iniciado o ensino, melhor.
2. Programas de educação: As escolas devem corroborar na elaboração de programas educativos onde as crianças, adolescentes e até mesmo os adultos possam ter conhecimento dos malefícios permanentes do consumo de drogas, Deve-se ter ainda em atenção, que a educação deve advir também da parte dos pais e, ou encarregados de educação e para isso, estes devem ser disponibilizados destes mesmos programas de educação.
3. Mobilização da comunidade: Mobilizar a comunidade para participar do projecto é essencial dado que cada líder comunitário deve empenhar-se para a execução dos debates e palestras sobre o assunto, principalmente aqueles que visam à orientação de crianças e adolescentes.
4. Levantamentos estatísticos: A elaboração de questionários é essencial para tomada de conhecimento da sociedade sobre a abrangência do consumo de droga por parte dos nossos adolescentes.
5. Oferta de novas actividades: A promoção de ocupações de tempo livre com actividades de lazer é fundamental, dado que permite estimular a imaginação criadora das crianças, adolescentes, podendo assim se apoiarem nessas iniciativas, evitando a entrada no labirinto do mundo das drogas.
6. Mobilização da opinião pública: Mobilizar a opinião pública através da criação de encontros, palestras, pósteres, folhetos, websites, livros de forma a conseguir alcançar os adolescentes, permitindo destacar a gravidade do problema do consumo de drogas e retardar suas repercussões. 

Etapas do Consumo de Drogas

O consumo de droga é um processo que começa por ser através de um único contacto com a substância e que após algum tempo vai-se tornar em vários contactos com as mais variadas drogas, este consumo excessivo é que provoca graves problemas físicos, psíquicos e sociais.
As várias etapas do percurso do consumo da droga, evoluíam maioritariamente através de:
a) Primeiro contacto - surge geralmente na adolescência, devido á curiosidade ou pelo desejo de se tornarem importantes e de se integrarem no grupo. Após o primeiro contacto existe uma passagem muito rápida para a etapa seguinte.
b) Experimentação - passam muitas vezes a consumirem drogas ilícitas, aperfeiçoando-se nas técnicas de consumo e os efeitos das diferentes substâncias.
c) Consumo regular - o acto de consumo torna-se uma actividade de vida quotidiana, não sendo notório o consumo, e ainda não alterou os seus hábitos quotidianos. Nesta fase existem muitos indivíduos que conseguem abandonar a droga.
d ) Consumo excessivo  - tornam-se evidentes os danos físicos, mentais e sociais.
e) Dependência - esta pode ser física e psíquica, ocorrendo a tolerância, em que o indivíduo vai necessitar de quantidades cada vez maiores de substância para atingir os mesmos efeitos.
f) Toxicomania - é uma forma de comportamento adquirida pelo indivíduo, em que recorre a meios artificiais e vai ter como fim a recusa de sofrimento ou a procura de prazeres.
Esta é uma situação psico-afectiva que leva à procura de um estado desejado eufórico, satisfazendo o indivíduo com a procura de substâncias em maior quantidade/vezes, ficando obcecado e desligando-se de tudo o que o rodeia. É considerado um estado de intoxicação periódica ou crónica, caracterizado pelo desejo invencível e/ou necessidade de consumir droga, conduzindo à toxicodependência.

Factores de Risco / Motivações

Perante a problemática do grande consumo de drogas por parte dos adolescentes, o National Institute on Drug Abuse (NIDA) expôs vários factores que despoletam a utilização de drogas, salientando-se:
  • ·         Comportamento agressivo;
  • ·          Falta de acompanhamento por parte dos pais;
  • ·         Ausência de carinho e auxílio por parte dos pais ou dos encarregados de educação;
  • ·         Antecedentes de consumo de drogas nos pais ou encarregados de educação;
  • ·         Consumo de outras substâncias denominadas “perigosas”;
  • ·         Facilidade de obtenção das drogas;
  • ·         Pobreza;

Sendo assim deve-se ter em conta, que no período da adolescência existem quatro factores ou grupos de risco, que influenciam o aparecimento do consumo de drogas: família, escola, amigos e comunidade.
Os principais motivos que levam os jovens a interessar-se por drogas são: a curiosidade, o desejo de viver outras experiências, o desejo de testar limites e transgredir regras, a pressão da sociedade, o desafio à autoridade, o desejo de informação, informação incorrecta ou ausência de informação.
A AACAP (American Academy of Child and Adolescent Psychiatry) considera que os adolescentes que correm riscos de desenvolver problemas sérios com as drogas, abusam de uma variedade de drogas, tanto legais como o álcool e o tabaco, como ilegais como a marijuana, a heroína, a LSD e o ecstasy.
Nas drogas legais são incluídas as bebidas alcoólicas e os medicamentos obtidos através de receita médica, as inalantes (vapores de cola, aerossóis e solventes) e medicamentos de venda livre para as dores, a gripe, e para emagrecimento. 

quarta-feira, 30 de março de 2011

LSD

Embora existam algumas drogas alucinogénias que são naturais, pois estão presentes em vários tipos de plantas, como o cacto denominado peyote ou o fungo Psylocybe, existem outras que são parcial ou totalmente sintéticas, como o ácido lisérgico, conhecido como LSD, e inúmeras substâncias similares e derivadas.
Apesar de algumas populações indígenas terem sempre recorrido à utilização de alucinogénios naturais durante os seus rituais religiosos, o consumo destas substâncias no ocidente, nomeadamente do LSD, apenas começou a ser mais comum a partir da década de 60, através do movimento hippie, embora o seu consumo após esta fase tenha começado a diminuir.

A administração dos alucinogénios sintéticos efectua-se por via digestiva e os efeitos de uma intoxicação aguda costumam evidenciar-se ao fim de 30 a 120 minutos, podendo persistir por várias horas.
Os efeitos mais significativos são alucinações visuais, auditivas e tácteis, sensação de bem-estar físico e emocional, euforia e ansiedade, alteração da própria imagem corporal, sensação de abrandamento da passagem do tempo e, por vezes, irritabilidade, depressão, pânico e crise de profunda perda de personalidade, que pode dar origem a traços de alguma agressividade contra o próprio ou de hostilidade. São igualmente comuns a dilatação das pupilas, tremor, palpitações e debilidade muscular.
O consumo de alucinogénios pode provocar dependência psíquica e tolerância, mas não provoca dependência física, nem síndrome de abstinência.
A manifestação mais significativa da intoxicação crónica é a psicose esquizofrénica, que se manifesta por uma deterioração da personalidade, com consideráveis alucinações e delírios de perseguição.

HEROÍNA

A heroína, o opiáceo mais potente e mais utilizado como droga, é o único derivado do ópio que não costuma ser utilizado como medicamento. Na maioria dos casos, a heroína é adquirida sob a forma de um pó castanho, que os consumidores diluem e injectam por via intravenosa, pois desta forma os efeitos da droga, para além de se manifestarem de forma mais rápida, são mais intensos. De qualquer modo, como esta via de administração costuma ser bastante perigosa, muitos consumidores preferem inalá-la ou absorver pela boca o fumo resultante da sua combustão.
Dado que a heroína é uma substância tóxica, a sua administração provoca uma intoxicação aguda. Em doses reduzidas, a intoxicação manifesta-se inicialmente por uma profunda sensação de bem-estar; contudo, à medida que a frequência cardíaca e a temperatura corporal vão diminuindo, esta sensação transforma-se em apatia, isolamento, sonolência e letargia. Em doses elevadas os efeitos são mais intensos, podendo levar a uma intoxicação grave que conduz ao estado de coma, paragem cardíaca e morte.
A maioria dos opiáceos, sobretudo ópio, morfina e heroína, reúnem todas as características comuns às drogas, pois têm a capacidade de provocar dependência psíquica, física e tolerância, o que obriga o consumidor a administrar doses cada vez mais elevadas para conseguir os mesmos efeitos, enquanto que a interrupção da sua administração provoca uma dolorosa e prolongada síndrome de abstinência.
A dependência da heroína é muito mais frequente entre os jovens do que entre os adultos. O seu consumo era tradicionalmente mais elevado entre as classes sociais mais desfavorecidas, mas o facto de se consumir a droga através de cigarros ou por inalação fez com que o seu consumo se estendesse a todas as classes sociais.
A maioria dos jovens que costumam recorrer ao consumo de heroína com o intuito de encontrar sensações "diferentes" e "intensas", que lhes permitam fugir à realidade, apresentam antecedentes no consumo e dependência de outras drogas, nomeadamente derivados do álcool e do cânhamo. De qualquer forma, uma das características mais importantes da heroína é a rapidez com que se estabelece a dependência.
Na grande maioria dos casos, as propriedades intrínsecas da droga fazem com que a sua evolução e as manifestações da dependência se produzam de forma relativamente rápida. O consumo regular de heroína durante um determinado período de tempo costuma provocar uma intoxicação crónica que se caracteriza por perda de apetite e peso, obstipação, falta de motivação e tendência para a inactividade, perda de memória, dificuldades de atenção e concentração, falta de desejo sexual, dificuldade na erecção e potência sexual e perturbações dos ciclos menstruais.
Para além disso, caso a droga seja administrada por via intravenosa, costuma originar complicações infecciosas, como hepatite, SIDA e infecções nas zonas em que a droga é injectada. Este tipo de complicações costuma ser provocado pela falta de higiene por parte dos indivíduos enquanto administram a droga, pois costumam utilizar seringas já usadas, partilhando-as entre si.
Por outro lado, como a heroína é uma substância que se costuma adquirir ilegalmente, na grande maioria dos casos, não é vendida no seu estado puro, podendo estar misturada com outras substâncias tóxicas, como a estricnina. De facto, os consumidores não costumam conhecer com precisão a composição do produto que adquirem, o que pode ser extremamente perigoso para os toxicodependentes que a administram por via intravenosa, já que dão origem a graves intoxicações e à morte por overdose de heroína e de outras substâncias tóxicas.
Por fim, na grande maioria dos casos, os toxicodependentes vêem-se obrigados a tornarem-se vendedores de droga, a prostituírem-se ou a cometerem qualquer tipo de crime para poderem pagar o elevado custo da heroína, o que, independentemente das razões, provoca conflitos cada vez mais graves nos seus ambientes familiares, sociais e profissionais.

Tabaco

O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotina tabacos, da qual é extraída uma substância chamada nicotina. O seu uso surgiu aproximadamente no ano 1000 A.C., nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágico-religiosos com objectivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além de acreditar que a mesma tinha o poder de predizer o futuro.
O consumo de tabaco é, nos dias de hoje, a principal causa de doença e de mortes, podendo ser evitável através da modificação do comportamento individual. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente cerca de 4,9 milhões de pessoas morrem, em todo o mundo, em resultado do tabagismo. Se a epidemia não for travada, a mesma organização estima que, em 2020/30, esse número chegará aos 10 milhões de pessoas por ano.
Uma vez iniciado o consumo do tabaco, rapidamente se transforma em dependência (física e psíquica), provocada por uma droga psicoactiva - a nicotina – presente na folha do tabaco.
A nicotina, um dos principais componentes do tabaco, é um estimulante potente. Alguns segundos após a inalação do fumo, a nicotina alcança o cérebro e estimula a produção de adrenalina. A libertação desta substância, produz um aumento do ritmo cardíaco e da pressão arterial. A dependência causada pela nicotina é equivalente à da heroína ou da cocaína.
O fumo produzido pelo consumo do tabaco contém mais de quatro mil compostos químicos com efeitos tóxicos e irritantes, dos quais mais de 40 são reconhecidos como cancerígenos.
O tabagismo não é factor de risco apenas para o próprio fumador, mas também para aqueles que, não sendo fumadores, se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo. Dados recolhidos em 1992, pela Comissão Europeia, revelaram que 29 por cento dos fumadores portugueses nunca se abstêm de fumar em presença de não-fumadores.
Estudos epidemiológicos confirmam a associação entre o tabagismo e um terço de todos os casos de cancro, 90 por cento dos casos de cancro do pulmão, cancro do aparelho respiratório superior (lábio, língua, boca, faringe e laringe), cancro da bexiga, rim, colo do útero, esófago, estômago e pâncreas, doenças do aparelho circulatório, dos quais a doença isquémica cardíaca (25 por cento), bronquite crónica (75-80 por cento), enfisema e agravamento da asma, irritação ocular e das vias áreas superiores. Pode-se ainda destacar as náuseas, dores abdominais, diarreia, vómitos, cefaleias, tonturas e fraqueza.
Relativamente aos fumadores não são os únicos expostos ao fumo do cigarro pois os não-fumadores também são agredidos por ele, tornando-se fumadores passivos. Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumadores próximos ou distantes dos fumadores, inalem também as substâncias tóxicas.
O hábito de fumar é muito frequente nos adolescentes devido à associação do cigarro a um alcançar de uma vida adulta. Ainda de constatar que os meios de comunicação são um dos factores influentes na estimulação do uso do cigarro. Por outro lado, os programas de controlo do tabagismo têm recebido um destaque cada vez maior em diversos países, ganhando apoio de grande parte da população.
Estima-se que fumar reduz a esperança média de vida em cerca de dez anos fazendo com que a única maneira possível de proteger a saúde e aumentar a esperança de vida, é deixar de fumar, não sendo fácil fazê-lo. Deixar de fumar completamente de um dia para o outro, é o método mais difícil, mas o mais eficaz, apesar de 90% das pessoas que deixaram de fumar, o voltarem a fazer, 70 em cada 100 que fracassaram à primeira tentativa, conseguem mais tarde.

O Ecstasy

O Ecstasy é uma substância fortemente psicoactiva, farmacologicamente denominada de 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA). Esta substância foi sintetizada pela primeira vez na Alemanha, por o laboratório farmacêutico Merck, em 1914, com a finalidade de ser usada como uma supressora do apetite, mas nunca foi usado com essa finalidade.
É, geralmente, consumido por via oral, embora possa também ser injectado ou inalado, actuando mediante o aumento da produção e diminuição da reabsorção da serotonina, ao nível do cérebro. A serotonina parece afectar a disposição, o apetite e o sistema que regula a temperatura corporal.
Os primeiros efeitos surgem após 20-70 minutos, alcançando a fase de estabilização em 2 horas. Diz-se que o MDMA pode combinar os efeitos da cannabis (aumento da sensibilidade sensorial e auditiva), os das anfetaminas (excitação e agitação) e ainda com os do álcool (desinibição e sociabilidade).

O Ecstasy pode provocar uma sensação de intimidade e de proximidade com outras pessoas, aumento da percepção de sensualidade, aumento da capacidade comunicativa, euforia, despreocupação, autoconfiança, expansão da perspectiva mental, incremento da consciência das emoções, diminuição da agressividade ou perda da noção de espaço.
A nível físico pode ocorrer contracção dos músculos da mandíbula, taquicardia, aumento da pressão sanguínea, secura da boca, diminuição do apetite, dilatação das pupilas, dificuldade em caminhar, reflexos exaltados, vontade de urinar, tremores, transpiração, cãibras ou dores musculares.
Os efeitos desaparecem 4 a 6 horas após o consumo. Podem ocorrer algumas consequências residuais nas 40 horas posteriores ao consumo.
A longo prazo, o ecstasy pode provocar cansaço, esgotamento, sonolência, deterioração da personalidade, depressão, ansiedade, ataques de pânico, má disposição, letargia, psicose, dificuldade de concentração, irritação ou insónia. Estas consequências podem ainda ser acompanhadas de arritmias, morte súbita por colapso cardiovascular, acidente cérebro-vascular, hipertermia, hepatotoxicidade ou insuficiência renal aguda.
O desenvolvimento de tolerância pode ser favorecido pelo uso contínuo do ecstasy. A dependência psicológica pode verificar-se mas não existem dados conclusivos relativamente à dependência física.

ÁLCOOL


           O álcool é uma droga depressora, que vai inibir a função progressiva do Sistema Nervoso Central, afectando a capacidade de auto-controlo, inicialmente produzindo euforia desinibição, podendo ser confundido como um estimulante.
O principal componente das bebidas alcoólicas é o etanol ou também chamado de álcool etílico, que pode ter diferentes concentrações, dependendo do processo de desenvolvimento. As bebidas alcoólicas podem ser fermentadas a partir do vinho, cerveja e cidra (fermentação produzida através de açúcares de frutas ou grãos) ou através de água destilada (resultado da destilação de bebidas fermentadas, que têm um teor mais elevado em álcool.
  A nível do organismo humano, o álcool é absorvido pelo trato digestivo, onde entra na corrente sanguínea, podendo permanecer até 18 horas, sendo finalmente eliminado através do fígado.
 A continuação da presença do álcool no organismo e a sua utilização repetida é responsável pela maioria das lesões que a substância produz no nosso organismo, como cirrose ou encefalopatia hepática em que o funcionamento do fígado e cérebro são severamente alterados.
Poucos minutos depois de beber, pode haver uma série de efeitos, cuja expressão varia com a quantidade ingerida e as características de cada pessoa. No caso da concentração de álcool no sangue atingir mais de 3 gramas de álcool por litro a pessoa pode parecer apática, com sonolência e entrar mesmo em coma ou morte por paralisia dos centros respiratórios vasomotores.
Os adolescentes são mais sensíveis aos efeitos do álcool devido a possuírem menor massa corporal, podendo isto ser notório nas actividades que envolvem o planeamento, a memória e a aprendizagem. O consumo de álcool durante a semana, especialmente entre os adolescentes, tornou-se um problema de saúde pública.  A pesquisa desenvolvida nos últimos 30 anos demonstra que o consumo excessivo de álcool pode causar danos graves físicos, psicológicos e comportamentais.
Os problemas de abuso de álcool podem causar danos a curto e a longo prazo como, provocar intoxicações, coma e até mesmo morte. Daí ser necessário reforçar os comportamentos de risco, como as inibições que o álcool provoca como uma falsa sensação de segurança. Por isso, o consumo de álcool está relacionado com acidentes de trânsito e de trabalho ou práticas sexuais de risco que podem levar ao colapso
de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.

A Marijuana

A marijuana ou também conhecida como cânhamo indiano, de denominação científica Cannabis sativa, apesar de ser uma planta originária da Ásia, actualmente, é cultivada em inúmeras regiões tropicais do planeta Terra. Embora a planta seja constituída por mais de sessenta substâncias activas, a mais potente é a delta-9-tetraidrocanabinol que existe, sobretudo, nas flores femininas não fecundadas e nas extremidades das folhas.
O consumo de marijuana ocorre tradicionalmente em algumas regiões da Ásia e do Norte de África, mas nas últimas décadas passou igualmente a ser muito frequente nos países ocidentais (Europa). A forma de consumo mais habitual desta droga é a inalação do fumo obtido pela combustão das folhas e flores da planta previamente secas, ou de haxixe, uma resina destes produtos.
Quando a droga é inalada, os seus efeitos são quase imediatos mas no caso de ser ingerida, estes levam entre 30 a 120 minutos a surgir.
Os principais efeitos da intoxicação aguda são sensação de euforia, ataques de riso, diminuição da capacidade de atenção e concentração, alterações da percepção ou alucinações, desorientação no tempo e espaço, perda da força muscular, hipotensão arterial, vermelhidão das conjuntivas oculares e secura da boca. Em alguns casos, também dá origem a um estado de intensa ansiedade que, caso a dose seja elevada, pode conduzir a uma crise de pânico.
Na verdade, esta droga provoca uma evidente dependência psíquica e tolerância, sendo por isso necessárias doses progressivamente maiores para que se consiga obter os mesmos efeitos. Porém, a marijuana não provoca dependência física, nem síndrome de abstinência.
Para além da dependência, o consumo excessivo e constante de marijuana ou dos seus derivados durante um longo período de tempo pode originar uma intoxicação crónica. A manifestação mais comum é caracterizada por falta de interesse, sensação de preguiça, alterações do estado de humor, perturbações da memória, perda da capacidade intelectual e instabilidade emocional.




O adolescente e a Droga

De uma maneira geral, o adolescente apresenta um sentimento de grandeza, de forma que, para ele tudo é possível, tudo é permitido, ele gosta de desportos perigosos e de tudo o que representa risco para assim vivenciar o momento com adrenalina extrema, além de gostar desafiar as autoridades (pais, avós e professores). É justamente nesta fase que ele pode experimentar drogas, por curiosidade, para infringir normas preestabelecidas ou por outros factores, biológicos, psicológico ou sociais, poderá, dependendo do caso, passar de experimentador para consumidor ocasional ou habitual.
A problemática do consumo de drogas por parte dos jovens, nos tempos que correm tem vindo a ser associada de uma forma clara ao consumo de álcool, pelo que os estudiosos do drama do consumo de drogas por parte dos jovens apontam, como forma de combater este flagelo, o combate ao consumo precoce de álcool.
Infelizmente, com frequência os adolescentes não vêm a relação entre as suas acções do presente e as consequências no futuro. Eles têm tendência a sentirem-se indestrutíveis e imunes a todos os problemas que afectam os outros.
O uso de álcool e de tabaco numa idade precoce aumenta o risco do uso de outras drogas mais tarde. Alguns adolescentes experimentam um pouco e deixam de usá-las, ou continuam a usá-las ocasionalmente sem terem problemas. Outros desenvolvem uma dependência, passarão logo a usar drogas mais perigosas que lhe causarão danos a eles próprios ou possivelmente a outros.
A adolescência é o tempo de “experimentar coisas novas”. Os adolescentes usam o álcool e outras drogas por várias razões, incluindo a curiosidade, para se sentirem bem, para reduzirem o stress, para se sentirem pessoas adultas ou para pertencerem a um grupo. Durante a fase da adolescência, o jovem pode-se sentir independente, o adolescente quer demonstrar que já cresceu, para provar a sua segurança, pode experimentar drogas. Além disso, a curiosidade pode também levar o jovem a drogar-se, pois é a época das descobertas, e o adolescente quer conhecer tudo. Outro factor que pode induzir o jovem a drogar-se é a incapacidade de enfrentar problemas. Os adolescentes recorrem às drogas, quando surgem os problemas, mas quando passa o efeito, o conflito ainda existe acrescido de mais um: o próprio envolvimento com a droga.
O jovem ainda usa drogas para ser aceite pelo grupo que as usa, mudar a sua forma de ser pois não se aceita, para acabar com a solidão ou preencher o tempo, por relações familiares conflituosas, na tentativa de ultrapassar as coordenadas de tempo e espaço, vencer os próprios limites e a busca do prazer. 

A razão do blog

A escolha do tema do  “Drogas na adolescência” surgiu com o objectivo de abordarmos um tema muito actual na sociedade em que vivemos, e fundamentalmente conseguir adquirir informação e ferramentas que nos possam vir a ser úteis, não só na nossa vida pessoal como profissional, mas que ao mesmo tempo permitisse a aglutinação destas duas realidades na nossa nova faceta que é a de promotores da saúde, pois pensamos que a temática da luta contra a droga deve englobar a acção educativa na escola como a comunidade na qual é desenvolvida esta mesma acção.
Hoje em dia a palavra droga é associada a substâncias que alteram o estado da mente, proporcionando experiências de prazer capazes de levar em parte os seus utilizadores ao uso contínuo e consequentemente à dependência.
Muito possivelmente a palavra droga pode ter derivado de drowa (árabe), cujo significado é bolo de trigo, ou ainda, pode ser originária de drooge vate (holandês), cujo significado são recipientes de folhas secas, isto deve-se ao facto de que no passado quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as drogas são “substâncias que provocam algum tipo de alteração no sistema nervoso central”. Na medicina é definida como “qualquer substância capaz de modificar o funcionamento dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento”. Assim, a palavra droga refere-se a qualquer substância capaz de modificar um funcionamento orgânico, podendo essa modificação considerada medicinal ou nociva. Os nossos antepassados, não acreditavam que as drogas fossem exclusivamente boas ou más. Os gregos, por exemplo, entendiam que qualquer droga era um veneno potencial e um remédio potencial, dependendo da dose, do objectivo do uso, da pureza, das condições de acesso a esse produto e dos modelos culturais de uso.
Relativamente à adolescência, a grande maioria das pessoas, entende esta fase da vida como um “período problemático”, mas na realidade é uma fase da vida em que a criança começa a tornar-se adulta. Esta vai passando por uma série de transformações que a tornam, muitas vezes, num ser mal compreendido. Nesta etapa da vida, o desenvolvimento biológico no que toca a aspectos físicos, muitas vezes, não é acompanhado do desenvolvimento psicológico, ou seja, o adolescente tem o corpo de adulto mas ainda é imaturo.
O adolescente nesta etapa começa a tomar consciência de si próprio, que se vai prolongar para além da puberdade caracterizando-se por um esforço vigoroso para crescer, com frequentes impulsos para o agir e encarar a realidade, é a busca da independência. O adolescente oscila entre o passado e o futuro, isto é, entre a infância e a fase adulta, pois enquanto apresenta comportamentos, muitas vezes infantis, tem aspirações de autonomia e independência, que ele acredita serem próprias de um ser adulto.
Dentro da definição da adolescência intermédia e final nota-se uma grande dificuldade na demarcação das fronteiras. O primeiro indício é a apresentação de comportamentos e atitudes distintas, que manifesta o emergir do adolescente pensante, intelectual e idealista.
A adolescência é uma fase evolutiva na vida do ser humano onde se busca uma nova forma de visão de si e do mundo, uma reedição de todo desenvolvimento infantil visando definir o carácter social, sexual, ideológico e vocacional.

Com este blog pretendemos a minimização do consumo de droga por parte dos adolescentes e evitar que outros jovens enverguem no Labirinto deste mundo.