quinta-feira, 31 de março de 2011

No âmbito de criarmos um mundo sem drogas, estão a seguir várias actividades que podem ser realizadas na promoção da saúde dos adolescentes


-Inquérito: Com base na promoção da Educação para a Saúde surgiu a ideia de elaborar um inquérito a adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos. O principal objectivo foi a realização de uma pesquisa metódica baseada em questões e recolha de testemunhos. Teve por base uma investigação sob a forma de sondagem da opinião de adolescentes sobre a temática das drogas. Assim, pretendíamos saber a percentagem de adolescentes que consomem drogas, o motivo pelo qual decidiram experimentar e quais as principais drogas que consomem.
           

-Elaboração de livro, folheto, póster, palestra: Serviu para dar a conhecer a toda a comunidade o perigo eminente das drogas. Este tipo de informação destinou-se a sensibilizar os adolescentes relativamente ao assunto das drogas. É fundamental que os jovens sejam informados sobre este problema dado o seu destaque na sociedade onde nos inserimos. A adolescência é conhecida como um período caracterizado pela curiosidade de novas experiências. É essencial que os jovens não entrem num labirinto sem encontrar uma saída.


-Criação de um Gabinete Anti-Droga na Escola: Relativamente ao observatório pretendíamos desenvolver desenvolver o acompanhamento e aconselhamento dos adolescentes. Neste local vão estar disponíveis os nossos folhetos, livros, e póster. 



-Colectânea de videos com depoimentos verídicosCom exemplos verídicos, poderá ser mais fácil chegar aos jovens e torna-los mais susceptíveis em relação aos malefícios da droga. É importante dar uma imagem real do que se passa no mundo da droga e as consequências que daí podem advir.


-Criação de um blog e um grupo numa Rede Social: Tendo em conta a importância que hoje existe no sentimento de pertença a um grupo e também que o acesso a redes sociais é cada vez mais fácil, torna-se importante a criação de um grupo numa rede social.


Tratamento

Na verdade, o tratamento da toxicodependência não é fácil, mas é possível ao contrário do que muitos toxicodependentes possam deduzir no início do tratamento. O tratamento inicia-se com uma desintoxicação física, em geral com o apoio medicamentoso e tem uma duração aproximada de sete dias. Esta é uma fase de tratamento simples atendendo a que a dependência psicológica é mais importante do que a física.
A terapêutica medicamentosa consiste na administração de tranquilizantes, sedativos e antidepressivos, diminuindo assim a profunda angústia e corrigindo o lado depressivo que existe. Nos toxicodependentes, os antidepressivos quando administrados isoladamente falham, tendo que se fazer uma associação com neurolépticos sedativos. Nesta etapa do tratamento por vezes fazem-se correcções vitamino-proteico e são administradas pequenas doses de insulina. Durante este tratamento medicamentoso devemos estar conscientes para não incorrer no erro da potenciação neuroléptico-opiáceos ou neuroléptico-barbitúricos, que pode provocar coma e até morte.
Relativamente à terapêutica psicológica, pode levar a atitudes de rejeição a todas as intervenções de enfermagem, assim os toxicodependentes têm que ser "domados" e readaptados a todo o sistema social. O toxicodependente sente-se desconfiado e apresenta hostilidade face ao enfermeiro, uma vez que o tratamento é geralmente proposto pela família ou sociedade. O tratamento baseia-se numa relação psicoterapêutica estável e segura, sendo importante o enfermeiro não ter um papel de superproteção, no entanto deverá ser de firmeza. Os métodos utilizados podem ser de relaxamento, terapêutica de grupo e actividades comunitárias.
A última etapa do tratamento passa por uma reinserção social, sendo também uma parte difícil do processo. É necessário que o (ex)toxicodependente trabalhe, eventualmente constitua família, e se insira progressivamente em associações ou em actividades integradas no seu meio social.

Prevenção

Segundo o psiquiatra Dr. Içami Tiba, se existe uma maneira de evitar o uso indevido de drogas, com certeza, esta passa pela família e por a escola, através da educação. Desse modo, o adolescente aprende, dentro de casa e depois na escola, a cuidar bem de si, a respeitar-se como é, sem ter de usar drogas para se valorizar ou se auto-afirmar perante os outros.
Assim, o seguimento de prevenção ao consumo de drogas deve ter em conta:
1. Abordagem precoce: a educação deve passar por crianças de 9, 10 ou 11 anos, ou seja, o mais cedo possível, dado que quanto mais cedo for iniciado o ensino, melhor.
2. Programas de educação: As escolas devem corroborar na elaboração de programas educativos onde as crianças, adolescentes e até mesmo os adultos possam ter conhecimento dos malefícios permanentes do consumo de drogas, Deve-se ter ainda em atenção, que a educação deve advir também da parte dos pais e, ou encarregados de educação e para isso, estes devem ser disponibilizados destes mesmos programas de educação.
3. Mobilização da comunidade: Mobilizar a comunidade para participar do projecto é essencial dado que cada líder comunitário deve empenhar-se para a execução dos debates e palestras sobre o assunto, principalmente aqueles que visam à orientação de crianças e adolescentes.
4. Levantamentos estatísticos: A elaboração de questionários é essencial para tomada de conhecimento da sociedade sobre a abrangência do consumo de droga por parte dos nossos adolescentes.
5. Oferta de novas actividades: A promoção de ocupações de tempo livre com actividades de lazer é fundamental, dado que permite estimular a imaginação criadora das crianças, adolescentes, podendo assim se apoiarem nessas iniciativas, evitando a entrada no labirinto do mundo das drogas.
6. Mobilização da opinião pública: Mobilizar a opinião pública através da criação de encontros, palestras, pósteres, folhetos, websites, livros de forma a conseguir alcançar os adolescentes, permitindo destacar a gravidade do problema do consumo de drogas e retardar suas repercussões. 

Etapas do Consumo de Drogas

O consumo de droga é um processo que começa por ser através de um único contacto com a substância e que após algum tempo vai-se tornar em vários contactos com as mais variadas drogas, este consumo excessivo é que provoca graves problemas físicos, psíquicos e sociais.
As várias etapas do percurso do consumo da droga, evoluíam maioritariamente através de:
a) Primeiro contacto - surge geralmente na adolescência, devido á curiosidade ou pelo desejo de se tornarem importantes e de se integrarem no grupo. Após o primeiro contacto existe uma passagem muito rápida para a etapa seguinte.
b) Experimentação - passam muitas vezes a consumirem drogas ilícitas, aperfeiçoando-se nas técnicas de consumo e os efeitos das diferentes substâncias.
c) Consumo regular - o acto de consumo torna-se uma actividade de vida quotidiana, não sendo notório o consumo, e ainda não alterou os seus hábitos quotidianos. Nesta fase existem muitos indivíduos que conseguem abandonar a droga.
d ) Consumo excessivo  - tornam-se evidentes os danos físicos, mentais e sociais.
e) Dependência - esta pode ser física e psíquica, ocorrendo a tolerância, em que o indivíduo vai necessitar de quantidades cada vez maiores de substância para atingir os mesmos efeitos.
f) Toxicomania - é uma forma de comportamento adquirida pelo indivíduo, em que recorre a meios artificiais e vai ter como fim a recusa de sofrimento ou a procura de prazeres.
Esta é uma situação psico-afectiva que leva à procura de um estado desejado eufórico, satisfazendo o indivíduo com a procura de substâncias em maior quantidade/vezes, ficando obcecado e desligando-se de tudo o que o rodeia. É considerado um estado de intoxicação periódica ou crónica, caracterizado pelo desejo invencível e/ou necessidade de consumir droga, conduzindo à toxicodependência.

Factores de Risco / Motivações

Perante a problemática do grande consumo de drogas por parte dos adolescentes, o National Institute on Drug Abuse (NIDA) expôs vários factores que despoletam a utilização de drogas, salientando-se:
  • ·         Comportamento agressivo;
  • ·          Falta de acompanhamento por parte dos pais;
  • ·         Ausência de carinho e auxílio por parte dos pais ou dos encarregados de educação;
  • ·         Antecedentes de consumo de drogas nos pais ou encarregados de educação;
  • ·         Consumo de outras substâncias denominadas “perigosas”;
  • ·         Facilidade de obtenção das drogas;
  • ·         Pobreza;

Sendo assim deve-se ter em conta, que no período da adolescência existem quatro factores ou grupos de risco, que influenciam o aparecimento do consumo de drogas: família, escola, amigos e comunidade.
Os principais motivos que levam os jovens a interessar-se por drogas são: a curiosidade, o desejo de viver outras experiências, o desejo de testar limites e transgredir regras, a pressão da sociedade, o desafio à autoridade, o desejo de informação, informação incorrecta ou ausência de informação.
A AACAP (American Academy of Child and Adolescent Psychiatry) considera que os adolescentes que correm riscos de desenvolver problemas sérios com as drogas, abusam de uma variedade de drogas, tanto legais como o álcool e o tabaco, como ilegais como a marijuana, a heroína, a LSD e o ecstasy.
Nas drogas legais são incluídas as bebidas alcoólicas e os medicamentos obtidos através de receita médica, as inalantes (vapores de cola, aerossóis e solventes) e medicamentos de venda livre para as dores, a gripe, e para emagrecimento. 

quarta-feira, 30 de março de 2011

LSD

Embora existam algumas drogas alucinogénias que são naturais, pois estão presentes em vários tipos de plantas, como o cacto denominado peyote ou o fungo Psylocybe, existem outras que são parcial ou totalmente sintéticas, como o ácido lisérgico, conhecido como LSD, e inúmeras substâncias similares e derivadas.
Apesar de algumas populações indígenas terem sempre recorrido à utilização de alucinogénios naturais durante os seus rituais religiosos, o consumo destas substâncias no ocidente, nomeadamente do LSD, apenas começou a ser mais comum a partir da década de 60, através do movimento hippie, embora o seu consumo após esta fase tenha começado a diminuir.

A administração dos alucinogénios sintéticos efectua-se por via digestiva e os efeitos de uma intoxicação aguda costumam evidenciar-se ao fim de 30 a 120 minutos, podendo persistir por várias horas.
Os efeitos mais significativos são alucinações visuais, auditivas e tácteis, sensação de bem-estar físico e emocional, euforia e ansiedade, alteração da própria imagem corporal, sensação de abrandamento da passagem do tempo e, por vezes, irritabilidade, depressão, pânico e crise de profunda perda de personalidade, que pode dar origem a traços de alguma agressividade contra o próprio ou de hostilidade. São igualmente comuns a dilatação das pupilas, tremor, palpitações e debilidade muscular.
O consumo de alucinogénios pode provocar dependência psíquica e tolerância, mas não provoca dependência física, nem síndrome de abstinência.
A manifestação mais significativa da intoxicação crónica é a psicose esquizofrénica, que se manifesta por uma deterioração da personalidade, com consideráveis alucinações e delírios de perseguição.

HEROÍNA

A heroína, o opiáceo mais potente e mais utilizado como droga, é o único derivado do ópio que não costuma ser utilizado como medicamento. Na maioria dos casos, a heroína é adquirida sob a forma de um pó castanho, que os consumidores diluem e injectam por via intravenosa, pois desta forma os efeitos da droga, para além de se manifestarem de forma mais rápida, são mais intensos. De qualquer modo, como esta via de administração costuma ser bastante perigosa, muitos consumidores preferem inalá-la ou absorver pela boca o fumo resultante da sua combustão.
Dado que a heroína é uma substância tóxica, a sua administração provoca uma intoxicação aguda. Em doses reduzidas, a intoxicação manifesta-se inicialmente por uma profunda sensação de bem-estar; contudo, à medida que a frequência cardíaca e a temperatura corporal vão diminuindo, esta sensação transforma-se em apatia, isolamento, sonolência e letargia. Em doses elevadas os efeitos são mais intensos, podendo levar a uma intoxicação grave que conduz ao estado de coma, paragem cardíaca e morte.
A maioria dos opiáceos, sobretudo ópio, morfina e heroína, reúnem todas as características comuns às drogas, pois têm a capacidade de provocar dependência psíquica, física e tolerância, o que obriga o consumidor a administrar doses cada vez mais elevadas para conseguir os mesmos efeitos, enquanto que a interrupção da sua administração provoca uma dolorosa e prolongada síndrome de abstinência.
A dependência da heroína é muito mais frequente entre os jovens do que entre os adultos. O seu consumo era tradicionalmente mais elevado entre as classes sociais mais desfavorecidas, mas o facto de se consumir a droga através de cigarros ou por inalação fez com que o seu consumo se estendesse a todas as classes sociais.
A maioria dos jovens que costumam recorrer ao consumo de heroína com o intuito de encontrar sensações "diferentes" e "intensas", que lhes permitam fugir à realidade, apresentam antecedentes no consumo e dependência de outras drogas, nomeadamente derivados do álcool e do cânhamo. De qualquer forma, uma das características mais importantes da heroína é a rapidez com que se estabelece a dependência.
Na grande maioria dos casos, as propriedades intrínsecas da droga fazem com que a sua evolução e as manifestações da dependência se produzam de forma relativamente rápida. O consumo regular de heroína durante um determinado período de tempo costuma provocar uma intoxicação crónica que se caracteriza por perda de apetite e peso, obstipação, falta de motivação e tendência para a inactividade, perda de memória, dificuldades de atenção e concentração, falta de desejo sexual, dificuldade na erecção e potência sexual e perturbações dos ciclos menstruais.
Para além disso, caso a droga seja administrada por via intravenosa, costuma originar complicações infecciosas, como hepatite, SIDA e infecções nas zonas em que a droga é injectada. Este tipo de complicações costuma ser provocado pela falta de higiene por parte dos indivíduos enquanto administram a droga, pois costumam utilizar seringas já usadas, partilhando-as entre si.
Por outro lado, como a heroína é uma substância que se costuma adquirir ilegalmente, na grande maioria dos casos, não é vendida no seu estado puro, podendo estar misturada com outras substâncias tóxicas, como a estricnina. De facto, os consumidores não costumam conhecer com precisão a composição do produto que adquirem, o que pode ser extremamente perigoso para os toxicodependentes que a administram por via intravenosa, já que dão origem a graves intoxicações e à morte por overdose de heroína e de outras substâncias tóxicas.
Por fim, na grande maioria dos casos, os toxicodependentes vêem-se obrigados a tornarem-se vendedores de droga, a prostituírem-se ou a cometerem qualquer tipo de crime para poderem pagar o elevado custo da heroína, o que, independentemente das razões, provoca conflitos cada vez mais graves nos seus ambientes familiares, sociais e profissionais.